Imagine a cena: uma criança de 8 anos, olhos brilhando de curiosidade, pernas inquietas balançando enquanto a professora explica frações. Em casa, os pais estão exaustos – o dever de casa é uma batalha, o quarto parece ter enfrentado um vendaval, com brinquedos espalhados e papéis amassados. Na escola, a professora se pergunta: “Será TDAH?”. Os pais sentem alívio por talvez entenderem o caos, mas receio diante do rótulo. Pesquisando, encontram um mar de mitos que parecem verdades e verdades que soam exageradas. Meu filho mais velho tem TDAH, e vivi essa montanha-russa de dúvidas. Vamos desatar esse nó juntos?

O que é TDAH? Uma Visão Clara
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que afeta atenção, controle de impulsos, e, em muitos casos, energia motora. Parece simples, mas é um labirinto. Mesmo em 2025, mitos confundem famílias, professores, e profissionais da saúde. O National Institute of Mental Health (NIMH) estima que 5-7% das crianças têm TDAH, com até 60% levando sintomas à vida adulta, segundo a American Psychiatric Association (APA). Meu filho, com TDAH combinado, alterna entre correr como um furacão e se perder em devaneios. Vamos separar mitos e verdades com histórias reais e ciência.
Mito 1: Só Criança Agitada Tem TDAH
Eu achava que a agitação do meu filho era “coisa de criança”. Aos 6 anos, ele corria pela sala, falava sem parar, e ouvia “Fica quieto!”. Um professor sugeriu TDAH, mas achava que era “falta de limite”. Não é só sobre hiperatividade. Adultos têm TDAH. Meninas têm TDAH. Há o tipo desatento, que vive no “mundo da lua”, e o combinado, como meu filho, que mistura os dois. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) destaca que meninas com TDAH desatento são subdiagnosticadas, pois parecem “tímidas”. Uma amiga descobriu que seu filho “quieto”, que passava o recreio olhando nuvens, tinha TDAH desatento. Já confundiu TDAH com personalidade forte? Conte nos comentários!
Verdade 1: O Cérebro com TDAH Dança num Ritmo Único
O TDAH não é um defeito, mas uma diferença neurológica. Estudos da APA mostram que o córtex pré-frontal – responsável por planejar e frear impulsos – funciona mais lentamente em quem tem TDAH, como um carro com freio frouxo. Meu filho monta Lego por horas, peças se encaixando magicamente, mas esquece o que pedi na cozinha. Ele diz que seus pensamentos são “carros de corrida acelerando”. Pessoas com TDAH podem ser criativas, inventando histórias incríveis – meu filho criou um conto sobre um robô que conserta o tempo. O preço? Perder materiais ou interromper conversas. Entender isso muda como apoiamos.
Mito 2: Boa Educação Resolve TDAH
“É má criação!” – ouvi isso muitas vezes. Tentei rotinas rígidas, regras claras, broncas. Mesmo assim, o lanche do meu filho mofava na mochila, e ele subia no sofá durante o jantar, rindo enquanto eu tentava chamar sua atenção. Não era teimosia – era o TDAH, ligado a neurotransmissores como dopamina, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Gritar “preste atenção!” é como pedir a um rádio mal sintonizado para tocar claro. Rotinas ajudam, mas não curam, e o TDAH não é culpa dos pais. Já sentiu que gritar não adianta? Compartilhe nos comentários!
Verdade 2: O Diagnóstico é um Mapa, Não um Fim
Quando o psicólogo confirmou o TDAH do meu filho, senti alívio e um aperto no peito – entendia o caos, mas o caminho seria longo. O diagnóstico é um mapa para navegar, não um rótulo limitante. Alguns pais temem que apague a identidade da criança; outros, como uma amiga, precisaram de três médicos para diferenciar TDAH de ansiedade no filho de 5 anos. Profissionais enfrentam o desafio de separar TDAH de outros transtornos. Meu filho usa bilhetes coloridos na porta do quarto para lembrar tarefas simples, como escovar os dentes. É um processo, mas o apoio certo faz diferença.

Mito 3: Remédio é Solução Mágica
Muitos acreditam que uma pílula resolve tudo. Estimulantes como metilfenidato equilibram a química cerebral, mas não são varinha de condão. Uma amiga viu o filho ajustar a dose três vezes; no primeiro dia, ele ficou acordado até meia-noite, olhos arregalados. Meu filho perguntou por que o remédio não “arruma” tudo. Nem todos precisam de medicação – ele se vira com estratégias comportamentais. Estudos do NIMH sugerem combinar medicação, quando necessária, com suporte familiar e terapia. O CDC destaca que 70% das crianças com TDAH beneficiam-se de intervenções combinadas. É tentativa e erro, e ninguém avisa o cansaço. Já ouviu que remédio é a única saída? Conte sua experiência!
Mito 4: TDAH é Causado por Açúcar ou Telas
“É o açúcar!” ou “São os videogames!” – mitos comuns. Não há evidências sólidas de que açúcar ou telas causem TDAH, segundo a OMS. Meu filho adora doces, mas sua hiperatividade é a mesma com ou sem chocolate. Telas podem piorar a atenção em qualquer criança, mas TDAH é neurobiológico, não um efeito do ambiente. Pais se culpam por “excesso de tablet”, mas o transtorno tem raízes genéticas, com 80% de herdabilidade, segundo o NIMH. O ambiente influencia, mas não cria TDAH. Já culpou o açúcar pelos comportamentos?
Verdade 3: TDAH Não Define Quem Você É
Essa é minha verdade favorita. Temi que o TDAH limitasse meu filho, mas hoje vejo que é só uma parte dele. Ele me surpreende consertando brinquedos, com um sorriso orgulhoso. Um jovem artista com TDAH que conheci pinta quadros de linhas tortas que parecem dançar, refletindo seu caos interno. Crianças com TDAH podem emocionar com gestos inesperados. O transtorno é um desafio, mas também um convite a ver o mundo de forma única. Olhe além do rótulo – o que você vê na sua criança?
Tabela Comparativa: Mitos e Verdades sobre TDAH

Descrição textual: A tabela compara mitos (ex.: “Só criança agitada tem TDAH”) com verdades (ex.: “TDAH afeta diversos grupos”), baseada em estudos da APA e NIMH.
Estratégias Práticas para Apoiar
- Lembretes visuais
- Pausas sensoriais
- Colaboração com especialistas
- Reforço positivo

Veja também: TDAH e as Funções Executivas na Escola
O Que Fica Disso Tudo?
Se eu pudesse voltar às primeiras suspeitas, diria: “Não é culpa sua. Só precisamos entender melhor.” O TDAH é complexo, mas quebrar mitos e abraçar verdades facilita a convivência. Como pais, professores, ou profissionais, podemos enxergar o TDAH com novos olhos, apoiando quem vive com ele a brilhar.
Continue a Jornada!
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No próximo artigo, exploramos “Sinais de TDAH na Primeira Infância: O que Observar e Como Acolher”.
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